O cara passou quase vinte minutos procurando uma vaga para estacionar. Ia visitar um amigo que estava doente e pretendia desembarcar o mais próximo possível da entrada principal do condomínio. Não deu!
Colocou o carro em uma rua secundária e pensou nas facilidades do uso de um táxi.
Começava a abrir o andador que o ajudava a caminhar. O cara é pessoa com deficiência, diga-se de passagem.
Respirou fundo, olhou se não havia ninguém suspeito na rua e deu os primeiros passos em direção ao apartamento do amigo. A rua estava deserta...
"Do nada", (sabe aquelas situações em que "do nada" surge algo trágico ou cõmico?) aparece uma senhora com uma grande bíblia na mão, vestimenta bem fechada e uma aproximação rápida até o motorista que já estava irritado pelo tempo que ficou procurando uma vaga para colocar o seu automóvel. A velha senhora chegou bem perto dele e pergunto em alto e bom tom:
- Você acredita em Deus?
O
cara olhou desconfiado, tinha certeza de que ela estava falando com
ele, pois não havia mais ninguém na rua. Achou estranho ela não ter dito
um "oi" ou um "boa-tarde!". Respondeu impaciente:
- Não!
-
Valha, meu Deus!, gritou a velha senhora! Você tem que acreditar em
Deus! Só ele pode nos salvar. Aceite Jesus, meu filho! (O tom de voz
começava a ficar mais alto). Ele vai te curar!
O cara disse:
- Minha senhora, eu não sou surdo!
- Que Deus te livre do inferno! Visite a nossa igreja!
- Minha senhora, que tal procurar algo para fazer?
- Irritada, ela vai embora. Impaciente, ele conta esta história.
Para Flávia e José, da Rede Sarah de Hospitais Fortaleza, que não indicaram nenhuma igreja para me curar.
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