Friday, April 10, 2009

Proximidade/Distanciamento: a moeda em questão.




Para os cristãos, Sexta-Feira Santa, também conhecida como Sexta-Feira da Paixão. Todo dia é dia da paixão. Nenhum dia é santo.
Neste dia alguém me pergunta por quais motivos estou tão distanciado de algumas pessoas que me são (ou eram) muito caras. Não respondo e penso nas moedas. Dois semblantes em uma mesma prensagem. Perspectivas diferentes aonde um lado jamais encontra o outro. Um lado, no entanto, não existe sem que o outro seja chamado à ordem. Os lados são opostos e apresentam um mesmo valor.
Para que houvesse uma aproximação mais aprofundada entre “cara” e “coroa” seria necessário derreter o material bruto que produz a moeda e assim ela deixaria de existir. “Cara” e “coroa” então perderiam as suas identidades, suas funções. Morreriam.
A morte as uniria. Melhor permanecerem em uso e distanciadas, assim se dizem tão próximas.
Os dois lados de uma mesma moeda só se aproximam porque nunca se encontram. Para que sair da padronização?
Os desencontros promovem encontros. Sei disto.
Para Teresa, de Niteroi. A distância entre as cidades nos aproxima via e-mails.

Friday, April 03, 2009

Texto do site www.ultimainstancia.uol.com.br

Enquanto procuro inspiração para o novo texto, segue uma boa polêmica publicada hoje no www.ultimainstancia.uol.com.br . Boa leitura e reflexão. Comentários podem ser colocados na fonte original. O site tem boas discussões sobre decisões judiciais e funcionamento da justiça brasileira. Segue o texto copiado de lá:
Lula é processado por colocar culpa da crise em “brancos de olhos azuis"
Uma declaração polêmica pode levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se explicar na Justiça. O STF (Supremo Tribunal Federal) recebeu nesta quinta-feira (2/4) uma ação em que um homem pede que Lula se retrate por ter dito que a crise econômica mundial foi “fomentada por comportamentos irracionais de gente branca, de olhos azuis”.Clóvis Victório Mezzomo, o autor da ação, diz ter se sentido ofendido pessoalmente e quer que o presidente justifique porque as causas da crise mundial decorrem de “razões genéticas”, em uma postura que considerou racista.Segundo o advogado do escritor, Adriano Mezzomo, o presidente Lula deverá prestar explicações formais perante o Supremo do porque "ser branco é pecado"."Manifestações raciais não podem ser levadas na brincadeira. Nossa Constituição Federal veda qualquer tipo de discriminação", diz o advogado, que é filho do autor da ação.Para ele, atribuir a culpa de uma crise ecnômica global a um fator genético e a uma etnia é uma afirmação no mínimo "equivocada".A reportagem de Última Instância entrou em contato com a Presidência da República, que por meio de sua assessoria disse preferir, por enquanto, não se manifestar.O STF informou que a relatoria do processo ficará a cargo do ministro Celso de Mello. Ainda não há previsão de julgamento ou de notificação do presidente Lula, que se encontra em viagem no encontro do G20.Clóvis Mezzomo é autor do livro "Da Sua Vida e dos Seus Sonhos", em que conta como enfrentou a falência de sua empresa e dá dicas de como sair da crise financeira.Olhos verdesBrasileiro de ascendência italiana, Mezzomo diz ser branco de olhos verdes, e quer saber por que “uma raça ou etnia portadora de genes recessivos é culpada pela crise internacional, mais especificamente a ‘gente branca, de olhos azuis’”.Na ação, o escritor, jornalista e consultor empresarial diz ainda que nasceu em Caxias do Sul, tendo sido criado em Estância Velha, também no Rio Grande do Sul. Ele alega que trabalhou desde a infância cercado por homens e mulheres de “pele branca e olhos azuis”, que teriam contribuído para o desenvolvimento da região tanto quanto negros índios e descendentes de europeus ibéricos.Mezzomo destaca que a legislação brasileira refuta categoricamente a prática de racismo, a começar pela própria Constituição Federal. Ele cita na petição de Interpelação Judicial o preâmbulo e o artigo 5º da Carta Magna, pelo qual “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” e o inciso XLII, para o qual “a prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível”.
Sexta-feira, 3 de abril de 2009