Saturday, September 22, 2012

Perguntas e respostas

- Pai, o que é "feofó"?
O pai olha para o filho de pouca idade, sabe que não tem muito tempo para responder a uma simples pergunta, ameaça deixar a conversa para depois, mas resolve dar uma resposta clara e objetiva ao seu interlocutor.
- Meu filho, "feofó" é bumbum. É outro nome para bumbum. Quando você for falar algo que se relacione a esta parte do corpo, não use o termo "feofó", use bumbum mesmo.
O filho olha com admiração para o jovem e sábio pai e diz: - "E o que é caralho"?.
Pane no ambiente familiar. Para alguns um palavrão, para outros, palavra de uso corriqueiro, para a criança um vocabulário incompreensível. O caralho estava dentro de casa...
- Meu filho, onde você escutou isto? Foi na escola? (a escola é sempre culpada de algo).
- O senhor falou dentro do carro...
- Eu? Pergunta o pai quase não acreditando que tinha falado isto (pelo menos na frente da criança).
- É! Diz a criança calmamente.
Caralho! Como vou me sair desta, pensou o pai...
- Meu filho, caralho é outro nome que damos o Pinto. Os adultos chamam de Pênis, mas não é bom falar estas coisas na frente dos coleguinhas. Se precisar falar, use o termo Pinto mesmo.
- E por que o senhor chamou "Caralho"?
- Meu filho, está tarde. Vamos dormier que amanhã você tem aulas bem cedinho. Boa noite!
- Pai e o que é...
- Psiu! Hora de dormir...

Para Jeriel, colega de trabalho que virou um grande amigo.

Friday, September 07, 2012

Sem inspiração

O bom da vida é poder olhar para trás e perceber que não nos tornamos estátuas de sal. Como diz o ditado popular, "para frente é que se anda!". 


Wednesday, September 05, 2012

Cervejas e abraços


Muitas vezes não tenho aprovado as minhas ações. 
Paro, retrocedo, paro, desisto, paro e insisto. 
Insisto em que? 
Nos erros talvez... 
Acho que preciso de cervejas e abraços.

Tia Jó, Dri e Érica, esta postagem é pra vocês!

Thursday, April 26, 2012

Tatuagem sentimental

Tinha pouco mais de vinte anos. Uma garota linda e sempre de bem com a vida. Chegou em casa depois de um dia inteiro de ausência do lar. A mãe, uma jovem e bonita senhora começava a se preocupar com o "sumiço" da filha...
No final da tarde as duas se encontram. Antes que a mãe falasse qualquer coisa, a filha a abraça e lhe dá um beijo carinhoso. Diz em seguida em alto e bom tom: "Fiz uma tatuagem, mãe!".
A jovem e bonita senhora respira fundo, procura um lugar para sentar, pensa na criação católica que deu a filha, na reação dos familiares, na ingenuidade da filha e também fala em alto e bom tom: "Como você pode fazer isto comigo? Eu confiava tanto em você, Analice..."
A filha também procura algum lugar para sentar ou mesmo de apoiar, não sabia o que fazer com a reação da mãe. Disse baixinho, quase perdidndo perdão: "É só uma tatuagem, mãe".
A mãe não quer conversa, "fecha a cara" para a filha e complementa: "O que você tatuou? Uma caveira? O nome de algum destes namoradinhos de plantão? Animais? Francamente...". Continuou o sermão querendo saber em qual parte do corpo a filha tinha feito "o estrago". 
A filha envergonhada e sem saber o que fazer, responde: "Foi nas costas, mãe!". 
- "Nas costas? Você está louca, minha filha? Por que você fez isto? Está com algum problema? Deixa eu ver o que você fez!". 
A filha mostra as costas ainda um tanto maltratadas pela ação do tatuador. Lá estava registardo em letras grandes e bem escritas: "Minha mãe, minha vida!".

Para o Gabriel Moreira, que chegará aqui em Fortaleza em breve.

Wednesday, March 21, 2012

Ei, vamos refletir?

Ei, vamos refletir?

“Ei” é uma expressão bastante comum no linguajar popular brasileiro. Quando queremos interagir com outras pessoas de modo mais informal, dispensamos as apresentações preliminares e vamos logo ao “Ei”, que muitas vezes vem acompanhado de uma pergunta. Um exemplo ilustra esta organização da comunicação que pressupõe intimidade com o outro e com o assunto do qual se fala. “Ei, você viu o acidente envolvendo o filho do grande empresário e a morte do ciclista?”.

O assunto tornou-se a informação relevante da semana. Comentários e opiniões gerados a partir deste fato ganharam o país via mensagens virtuais, reportagens exaustivas e repetitivas nas grandes redes de TV e rádio e um clima de perplexidade se apresentou no país do sentimentalismo efêmero e da contradição de classes; Depois de presenciarmos tragédias envolvendo Jet skis, trens, motos etc., agora chegou a vez de prestigiarmos um cenário também doloroso, mas que apresenta como personagem central “o filho do Homem” (É tempo de celebração do capital, digo, da Páscoa)”, carro de luxo (muito luxo, diga-se de passagem), bicicleta, morte, comoção e a banalização mais uma vez das transgressões das leis de trânsito.

Ei, que reflexões podemos fazer a partir deste episódio? Compartilho algumas.

A primeira reflexão é de como as redes virtuais e suas mensagens curtas e instantâneas dinamizam a formação de opiniões imediatistas e rasteiras sobre temas diversos, mas não ampliam de fato, o debate sobre leis, vida em sociedade, humanização das pessoas e trânsito. O acidente envolvendo o filho de um dos homens mais rico do planeta gerou muita mídia e pouca discussão.

Após o acidente que culminou com a morte do ciclista, o condutor do veículo envolvido neste episódio posta na sua página virtual criada para dar a sua versão do fato, que ele e sua mãe (o pai ganha ar secundário neste momento) estão rezando pelo bem da família do ciclista morto. A oração é sempre bem-vinda, mas deve vir acompanhada de ação, como bem pregava São Paulo. Uma ação simples, como não cometer infrações comuns no trânsito das grandes cidades e acumular muitos pontos na Carteira Nacional de Habilitação cairia bem junto às orações e a sociedade se sentiria mais segura com o pleno cumprimento das leis de trânsito.

Outra reflexão que podemos fazer é sobre as nossas necessidades afetivas e biológicas. No ímpeto da emoção, o jovem estudante que dirigia o carro fala que adoraria dar um abraço na tia do ciclista morto no acidente. Para uma sociedade que vive de abraços virtuais e efêmeros, parece que o rapaz encontrou um desejo preso em muitos de nós: a vontade de abraçar o outro. Claro que nem todos querem os nossos abraços. Na dor, em algumas situações, o abraço aparece como uma obrigação, uma formalidade, um “desencargo de consciência”. O abraço não seria o da paz, mas do conflito. Também poderíamos abraçar causas que nos possibilitassem interação maior com os outros. Estas causas são muitas.

Uma frase estampou quase todas as notícias sobre este acidente: “O coração do ciclista foi parar dentro do carro [envolvido na colisão]”. O coração arremessado para fora do corpo sinalizou a morte de mais uma vítima do ineficiente sistema de fiscalização e ordenação do trânsito nosso de cada dia. O Estado, com suas fissuras, se mantém vivo. Parece sem coração...

Ei, que reflexões podemos fazer para que de fato elas se transformem em ações? É preciso ouvir os nossos corações, antes que eles sejam arremessados e o sentido da vida se perca.

Tuesday, February 21, 2012

Promoçao Rapidinha

A primeira vez que fui ao Rio de Janeiro achei a cidade linda e para ser um pouco repetitivo, maravilhosa.
Uma coisa em especial me chamou a atenção nesta viagem àquela cidade: um banner colocado em frente a um motel anunciando a promoção da semana. Os letreiros anunciavam em letras garúdas e legíveis:
"Rapinha: R$ 10,00!".
Fiquei intrigado pensando na interpetação do tempo a que se referia a tal "rapidinha" e fiquei tentado a desfrutar da tal promoção, mas "rapidinha" sozinho não dá. Neste caso, tem que ter alguém para dar.
Rapidamente me passou pela cabeça o sentido do tal banner promocional. Não havia nenhum asterisco (*) para dizer que a pomoção não era bem aquilo que se veiculava, nenhuma letra em tamanho menor para enganar o consumidor, NADA! Algumas palavras e um entendimento coletivo que não precisava de maiores explicações.

Para o meu amigo Rodrigo Borges, que promete passar rapidinho aqui em Fortaleza qualquer dias destes, mas tem demorado a chegar aqui.