Tuesday, September 05, 2006

Uberlândia e o paraíso: reflexões sobre gente.


Uberlândia é o meu paraíso espiritual. Mesmo que a imagem de paraíso apareça como enfadonha algumas vezes (anjinhos quietos, organização impecável e principalmente, nada de pecados), ela contempla a calma, a coletividade e um amor maior pelo outro. O inferno tem lá suas seduções, claro!
Em Uberlândia posso chegar sem a menor cerimônia e passar o dia inteiro na casa de uma senhora simpática, bela e muito religiosa sem ao menos avisar que iria visitá-la. Conheço com mais propriedade apenas um dos seus filhos. No caso, uma filha.
Nesta casa é possível perceber que as relações humanas são cheias de significados e carinho. O dia dois de setembro foi marcado por músicas, comidas, conversas sobre temas os mais variados e por muita harmonia. Chovia lá fora e as águas da contemplação do outro inundavam uma residência do bairro Umuarama. Outras pessoas chegaram e participaram desta vivência coletiva. Há tempos não me sentia tão humano (nem sei se sou ao certo).
Em Uberlândia posso chegar no bairro Canaã a qualquer hora e ser recebido delicadamente pelas pessoas que moram neste endereço sempre com ar de festividade quer o tempo esteja bom ou ruim lá fora. Neste lar só há tempo bom. Louvado os que crêem no paraíso, pois ele existe.
Louvado seja eu que encontro em um churrasco na casa de uma família de japoneses o gostinho bom e seguro das boas amizades. Reflexão sobre a vida com Iahisoba (é assim que se escreve?) é sempre bom. Nesta casa que inspira bom humor e fraternidade conhecia apenas uma das netas dos anfitriões. A interação coletiva pasava pela conversa sobre vidas, sonhos e experiências particulares. Até o tema casamento foi compartilhado. Falo sobre isto no próximo texto.
Uberlândia e o paraíso têm os seus anjos. O que seria de mim se a passagem por Uberlândia não prestigiasse o suave teor alcóolico que brota da convivência pouco frequente com alguns amigos? Estes amigos são anjos da guarda mesmo. Guardam sempre um tempinho para bebermos umas e outras em barzinhos amarelos, verdes ou rosa. Guardam sempre uma conversa agradável para compartilharem com os amigos. Guardam ansiedades para terminarem as suas ativdades em andamento. Guardam sonhos que vão se construindo. Não guardam vaidades acadêmicas ou pequenas chateações cotidianas.
O paraíso apresenta um Deus (ou vários, sei lá!). Uberlândia também: o Deus da humanização das relações sociais e afetivas. Por que não estou morando lá ainda? Talvez porque o paraíso não seja para todos mesmo.

Para Cíntia e sua família. Para Akely e sua família. Para Tião e sua família. Para Rodrigo e Arley, minha família de alto teor alcóolico e fraterno. Este final de semana foi inesquecível.

2 comments:

Anonymous said...

poeta, creio que o certo é yakissoba.
e não sou nem chinês.
seu leitor distante.

Anonymous said...

Paulo,

Que bom poder acordar do sono que me tomava, Orfeu perdeu a batalha desta vez! Tudo isso por causa de seus textos! E dizem que tudo é muita coisa! E é!

Dia desses eu estava em plena avenida Augusto de Lima, quando sentou-se ao meu lado, um menininho e seu papai. A pequena criança disse olhando para o imeeenso prédio à nossa frente: "Pai, quem mora aqui?" Ao que o pai disse: "Muita gente meu filho!" O prédio diga-se de passagem estava do outro lado da avenida! Ou seja, para as crianças, aqui pode ser lá! Lembrei-me de você. Aqui, ali, acolá! Numa boa, isso é demais!

Parabéns pelo seus textos! Li os três primeiros, o da festa em Uberlândia, Quase um texto e Coisinhas da metropóle! Você é humano sim! Continue escrevendo!

Leia-me também! Enviei para o seu e-mail algum refresco!

Um cordial abraço de um filósofo que faz de tudo para não ser chato! (Como tem filósofo chato por aí!Falta simplicidade!)

Ah, não tenho ido ao Arapi! rs!

Eduardo