Agosto chegando e com ele alguns textos de amigos que prometeram enviar as suas contribuições para este espaço virtual.
Então, até o meio da seman creio que teremos coisas novas. Até já.
O estresse tem me consumido nos últimos dias. Papo para daqui a pouco.
Abraço afetuoso do PH
Espaço para escritos sobre as coisas miúdas do cotidiano. Aqui, ali, acolá temos surpresas na vivência diária e na observação do outro.
Monday, July 31, 2006
Tuesday, July 25, 2006
O circo: pequenas observações sobre o espetáculo.
O circo: pequenas observações sobre.
Cirque du Soléil. Pequena temporada no Brasil (diga-se Rio de Janeiro e São Paulo, as representações da metrópole). O sonho de consumo de muitos. Já não podemos utilizar outro termo que não seja consumo quando estamos falando deste circo. Não é mais o sonho de descobrir o palhaço, o mágico ou o malabarista. O circo, o lugar do congraçamento coletivo, da diversão, da alegria poderia ser mais do que consumo. Neste caso, não é. O não consumir significa não ter direito ao encantamento.
Mesmo assim, gostaria de estar bem estruturado financeiramente para ver o espetáculo midiático com todas as performances impecáveis dos seus integrantes e o show de luzes, cores e música prometidos. As contradições do capital me seduzem também.
A "nova" roupagem do circo apresenta várias curiosidades: uma delas é a separação nítida dos espectadores por renda. Os que puderem pagar mais (muito mais) terão assentos mais próximos do palco, estarão alimentados por um coquetel antes do show, teraão vagas exclusivas no estacionamento e prioridade nas compras de souvenirs e artigos exclusivos do Cirque Du Soléil.
Os que não puderem arcar com estes custos ficarão com os famosos "saldões de estoque". Os grupos menos privilegiados economicamente levarão os seus binóculos para ver tudo de perto e farão lanchinhos antes de ir ao espetáculo. A sociedade faz os seus arranjos, mas não elimina de fato as suas contradições. Ah, e para clientes "especiais" de um banco patrocinador do espetáculo houve a a venda exclusiva de ingressos antes da abertura para a comercialização ampla. Reserva de mercado cheia de status.
Creio que os antigos circos que prestigiei como o " Thianny" e suas águas coloridas não abriam tanto a promoção da divisão dos seus espectadores meramente pelo poder aquisitivo. Sim, haviam os camarotes, as cadeiras e as arquibancadas mostrando certo público para cada tipo de assento. Mas o carrinho de pipoca era de todos, a distribuição de ingressos para várias pessoas da cidade despertava o encantamento da meninada e mantinha um vínculo de intimidade com a vizinhança, a venda de meia entrada era garantida a quem fosse estuante sem número definico de ingressos desta categoria por dia. Agora estamos falando de direitos, que muitas vezes são ofuscados pelas luzes da mídia.
Na página oficial do grupo há uma pretensiosa e ousada definição para ele próprio: "criado como um antídoto à violência e ao desespero tão prevalentes no Séc XX, este espetáculo fanatsmagórico apresenta uma nova visão de vida urbana, transbordante de otimismo e alegria".
Visão esta que se apagará certamente na saída do espetáculo. Uma nova visão de vida urbana contemplaria mais do que o proposto na chamada do espetáculo.
Mas circo é entretenimento, graça. Então o espetáculo internacional e glamouroso é circense. Ou não? Gostaria de ir.
Para os amigos malabaristas do orçamento financeiro que às vezes não chega ao mínimo. Para a magia de celebrar com eles a diversidade e os desencontros do dia-a-dia.
Estou aguardando as contribuiçoes dos amigos e colegas com o envio de textos para o blog.
Cirque du Soléil. Pequena temporada no Brasil (diga-se Rio de Janeiro e São Paulo, as representações da metrópole). O sonho de consumo de muitos. Já não podemos utilizar outro termo que não seja consumo quando estamos falando deste circo. Não é mais o sonho de descobrir o palhaço, o mágico ou o malabarista. O circo, o lugar do congraçamento coletivo, da diversão, da alegria poderia ser mais do que consumo. Neste caso, não é. O não consumir significa não ter direito ao encantamento.
Mesmo assim, gostaria de estar bem estruturado financeiramente para ver o espetáculo midiático com todas as performances impecáveis dos seus integrantes e o show de luzes, cores e música prometidos. As contradições do capital me seduzem também.
A "nova" roupagem do circo apresenta várias curiosidades: uma delas é a separação nítida dos espectadores por renda. Os que puderem pagar mais (muito mais) terão assentos mais próximos do palco, estarão alimentados por um coquetel antes do show, teraão vagas exclusivas no estacionamento e prioridade nas compras de souvenirs e artigos exclusivos do Cirque Du Soléil.
Os que não puderem arcar com estes custos ficarão com os famosos "saldões de estoque". Os grupos menos privilegiados economicamente levarão os seus binóculos para ver tudo de perto e farão lanchinhos antes de ir ao espetáculo. A sociedade faz os seus arranjos, mas não elimina de fato as suas contradições. Ah, e para clientes "especiais" de um banco patrocinador do espetáculo houve a a venda exclusiva de ingressos antes da abertura para a comercialização ampla. Reserva de mercado cheia de status.
Creio que os antigos circos que prestigiei como o " Thianny" e suas águas coloridas não abriam tanto a promoção da divisão dos seus espectadores meramente pelo poder aquisitivo. Sim, haviam os camarotes, as cadeiras e as arquibancadas mostrando certo público para cada tipo de assento. Mas o carrinho de pipoca era de todos, a distribuição de ingressos para várias pessoas da cidade despertava o encantamento da meninada e mantinha um vínculo de intimidade com a vizinhança, a venda de meia entrada era garantida a quem fosse estuante sem número definico de ingressos desta categoria por dia. Agora estamos falando de direitos, que muitas vezes são ofuscados pelas luzes da mídia.
Na página oficial do grupo há uma pretensiosa e ousada definição para ele próprio: "criado como um antídoto à violência e ao desespero tão prevalentes no Séc XX, este espetáculo fanatsmagórico apresenta uma nova visão de vida urbana, transbordante de otimismo e alegria".
Visão esta que se apagará certamente na saída do espetáculo. Uma nova visão de vida urbana contemplaria mais do que o proposto na chamada do espetáculo.
Mas circo é entretenimento, graça. Então o espetáculo internacional e glamouroso é circense. Ou não? Gostaria de ir.
Para os amigos malabaristas do orçamento financeiro que às vezes não chega ao mínimo. Para a magia de celebrar com eles a diversidade e os desencontros do dia-a-dia.
Estou aguardando as contribuiçoes dos amigos e colegas com o envio de textos para o blog.
Friday, July 21, 2006
O menino e o saco de arroz - Por Arley Halley
Um dos momentos mais importantes da minha vida foi quando entrei para a escola. Para ser mais exato, há 16 anos e 7 meses, em algum momento perdido do ano de 1990.
É engraçado como a tristeza e a nostalgia me tomam quando lembro deste dia: o preocupar com quase nada, a proteção e o carinho daquela mãe carinhosa que ficara a me olhar pela fresta da janela sorrindo e sempre acenando quando pro seu o meu olhar desviava, como se (mas era bem isso mesmo) dissesse com a voz de ternura que sempre teve: “não te preocupes, estou aqui”.
Falar sobre minha mãe é sempre tão fácil, basta me embebedar com a mesma meiguice daquela senhora de hoje 49 anos sofridos. Prometo voltar a este blog em breve para falar dela. É que hoje me deu vontade de escrever sobre um amigo que conheci naquele mesmo dia, o dia em que entrei para a escola, o dia em que me dei conta da importância de minha mãe, o dia em que descobri a amizade e as rugosidades do viver (ainda que só mais tarde pudesse ter me dado conta de tudo isso).
Jeremias era um mulatinho de sorriso difícil de se mostrar, barrigudinho e baixinho como eu. Eu o conheci neste primeiro dia de aula, mas demorou algum tempo até que ele pudesse soltar sua primeira resposta à minha insistente pergunta: – “Qual é seu nome”? “Jeremias”, disse ele. Eu sempre gostei de fazer amizades, e acho que venci pelo cansaço aquele garoto que insistia em não me responder nada. Via-se um garoto que não era alegre como os outros, as mulheres (aquele tanto de mãe que ficavam esperando seus filhos saírem da escola) diziam que ele era de uma família complicada, de “mãe alcoólatra e tudo”. Demorei para entender o que era alcoólatra e até hoje não sei o que é esse “tudo” com que terminavam a qualificar a família daquele que era simplesmente um “amigo mudo” que não gostava de muita conversa.
Era impressionante a relação desse meu amigo com os sacos de arroz. Ele os utilizava pra tudo, para carregar cadernos, para levar os poucos lápis de cor (a maioria já gastos. Provavelmente ele os aproveitara de alguns de seus irmãos mais velhos) e até mesmo serviam como guarda-chuvas – os sacos. Eu via com diversão a cena de seu irmão mais velho ir buscá-lo com um saco de arroz aberto tentando protegê-los em dia de chuva enquanto pisava descalço nas poças dágua que se formavam – sim, ele não tinha sapatos, nem mesmo daquele chinelinho havaiana que naquela época, diferente de hoje, era baratinho, baratinho, o mesmo que minha mãe usava. Talvez para que eu pudesse ter meus pés aquecidos em sapatinhos de couro e meus cadernos e lápis novos protegidos por uma mochila novinha.
Pouco tempo depois, acho que um ano talvez, num desses passeios que sempre fiz com meu pai às margens de um rio perto de minha casa, encontrei Jeremias, que ainda sem palavras mas agora com um sorriso enorme no rosto, se punha a brincar numa ponte de pau (que nem mais existe senão na minha memória e de alguns poucos, fora levada por um enchente cinco anos depois) debruçando sobre o pára-peito... Quis correr até ele, fui repreendido pelo meu pai: “Vamos embora, se esse menino cair no rio ainda vão falar que fui eu quem empurrei, não quero depois tentar catar esse muleque nágua”.
Há menos de um mês, no refeitório de um hospital de uma cidade vizinha à minha, onde meu pai encontrava-se na UTI vi novamente meu amigo Jeremias, agora mais falante. Foi ele quem deu início à nossa conversa:
– Ué, o que faz aqui?
– Meu pai, está na UTI.
– Qual o nom dele?
Respondi à sua pergunta. – Não se preocupe, ele é meu paciente, estou cuidando bem dele.
Jeremias é enfermeiro dos bons, tão humano que só as desumanidades da vida poderiam tê-lo deixado assim.
“Tem um amigo seu que está cuidando muito bem de mim. É atencioso e tudo que eu peço ele faz de bom grado” me disse meu pai em uma visita um dia depois. “Parece que eu o conheço de algum lugar, estou tentando lembrar dele, mas não consigo...” Melhor não, meu pai. Ás vezes não lembrar de muita coisa faz um bem danado.
À minha mãe, pelo carinho e pelos sapatinhos da vida sempre tão quentes; ao Jeremias, pelo cuidado com meu pai; ao meu pai, que me faz sentir tanta saudade desde quando resolveu romper o pacto e ir sem me avisar; ao irmão mais velho de Jeremias que, segundo amigos, também se despedira depois de mergulhar fundo no rio. Que estejam, ele e meu pai, melhor do que estamos agora.
É engraçado como a tristeza e a nostalgia me tomam quando lembro deste dia: o preocupar com quase nada, a proteção e o carinho daquela mãe carinhosa que ficara a me olhar pela fresta da janela sorrindo e sempre acenando quando pro seu o meu olhar desviava, como se (mas era bem isso mesmo) dissesse com a voz de ternura que sempre teve: “não te preocupes, estou aqui”.
Falar sobre minha mãe é sempre tão fácil, basta me embebedar com a mesma meiguice daquela senhora de hoje 49 anos sofridos. Prometo voltar a este blog em breve para falar dela. É que hoje me deu vontade de escrever sobre um amigo que conheci naquele mesmo dia, o dia em que entrei para a escola, o dia em que me dei conta da importância de minha mãe, o dia em que descobri a amizade e as rugosidades do viver (ainda que só mais tarde pudesse ter me dado conta de tudo isso).
Jeremias era um mulatinho de sorriso difícil de se mostrar, barrigudinho e baixinho como eu. Eu o conheci neste primeiro dia de aula, mas demorou algum tempo até que ele pudesse soltar sua primeira resposta à minha insistente pergunta: – “Qual é seu nome”? “Jeremias”, disse ele. Eu sempre gostei de fazer amizades, e acho que venci pelo cansaço aquele garoto que insistia em não me responder nada. Via-se um garoto que não era alegre como os outros, as mulheres (aquele tanto de mãe que ficavam esperando seus filhos saírem da escola) diziam que ele era de uma família complicada, de “mãe alcoólatra e tudo”. Demorei para entender o que era alcoólatra e até hoje não sei o que é esse “tudo” com que terminavam a qualificar a família daquele que era simplesmente um “amigo mudo” que não gostava de muita conversa.
Era impressionante a relação desse meu amigo com os sacos de arroz. Ele os utilizava pra tudo, para carregar cadernos, para levar os poucos lápis de cor (a maioria já gastos. Provavelmente ele os aproveitara de alguns de seus irmãos mais velhos) e até mesmo serviam como guarda-chuvas – os sacos. Eu via com diversão a cena de seu irmão mais velho ir buscá-lo com um saco de arroz aberto tentando protegê-los em dia de chuva enquanto pisava descalço nas poças dágua que se formavam – sim, ele não tinha sapatos, nem mesmo daquele chinelinho havaiana que naquela época, diferente de hoje, era baratinho, baratinho, o mesmo que minha mãe usava. Talvez para que eu pudesse ter meus pés aquecidos em sapatinhos de couro e meus cadernos e lápis novos protegidos por uma mochila novinha.
Pouco tempo depois, acho que um ano talvez, num desses passeios que sempre fiz com meu pai às margens de um rio perto de minha casa, encontrei Jeremias, que ainda sem palavras mas agora com um sorriso enorme no rosto, se punha a brincar numa ponte de pau (que nem mais existe senão na minha memória e de alguns poucos, fora levada por um enchente cinco anos depois) debruçando sobre o pára-peito... Quis correr até ele, fui repreendido pelo meu pai: “Vamos embora, se esse menino cair no rio ainda vão falar que fui eu quem empurrei, não quero depois tentar catar esse muleque nágua”.
Há menos de um mês, no refeitório de um hospital de uma cidade vizinha à minha, onde meu pai encontrava-se na UTI vi novamente meu amigo Jeremias, agora mais falante. Foi ele quem deu início à nossa conversa:
– Ué, o que faz aqui?
– Meu pai, está na UTI.
– Qual o nom dele?
Respondi à sua pergunta. – Não se preocupe, ele é meu paciente, estou cuidando bem dele.
Jeremias é enfermeiro dos bons, tão humano que só as desumanidades da vida poderiam tê-lo deixado assim.
“Tem um amigo seu que está cuidando muito bem de mim. É atencioso e tudo que eu peço ele faz de bom grado” me disse meu pai em uma visita um dia depois. “Parece que eu o conheço de algum lugar, estou tentando lembrar dele, mas não consigo...” Melhor não, meu pai. Ás vezes não lembrar de muita coisa faz um bem danado.
À minha mãe, pelo carinho e pelos sapatinhos da vida sempre tão quentes; ao Jeremias, pelo cuidado com meu pai; ao meu pai, que me faz sentir tanta saudade desde quando resolveu romper o pacto e ir sem me avisar; ao irmão mais velho de Jeremias que, segundo amigos, também se despedira depois de mergulhar fundo no rio. Que estejam, ele e meu pai, melhor do que estamos agora.
À meu pai:
(...)Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto
nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.(Carlos Drummond de Andrade)
Aguardando Contato
Estimados leitores,
a proposta inicial do blog era que alguns textos fossem escritos também por alguns colegas e amigos. A idéia começa a tomar forma. Daqui a pouco teremos um texto inédito neste espaço. Tenho certeza de que o menino de Iibiá, o autor da crônica desta semana, escreverá coisas lindas como sempre faz. Estou aguardando contato conforme ele prometeu.
Nas mensagens postadas com os comentários sobre os textos veiculados não aparecem os e-mais dos respectivos remetentes. Agradeço o carinho de todos. Abração do PH
a proposta inicial do blog era que alguns textos fossem escritos também por alguns colegas e amigos. A idéia começa a tomar forma. Daqui a pouco teremos um texto inédito neste espaço. Tenho certeza de que o menino de Iibiá, o autor da crônica desta semana, escreverá coisas lindas como sempre faz. Estou aguardando contato conforme ele prometeu.
Nas mensagens postadas com os comentários sobre os textos veiculados não aparecem os e-mais dos respectivos remetentes. Agradeço o carinho de todos. Abração do PH
Wednesday, July 19, 2006
O sexo nosso de cada dia
Descobri que já tenho leitores assíduos. Pensava em aposentar o blog, mas aqui, acolá vejo que um amigo ou colega leu o texto atualizado. Então volto à cena. Também confesso que fiquei viciado em blog.
Iria escrever no texto de hoje algumas particularidades aqui do bairro em que moro, mas resolvi ver algumas notícias na internet, ler alguns textos e acessar a minha caixa de e-mail que só tem spam. Percebi então que só há duas pautas em andamento na semana web: o julgamento da jovem alemã e seus dois comparsas e uma série de debates sobre aquilo que move a humanidade desde que Adão era Adão e Eva era Eva: o sexo.
O próprio Adão não se contentou em comer só a maça. (he, he , he. Desculpem mas tem horas que a minha inspiração não dá sinais de vida).
Pois bem, no meu tour cibernético encontrei algumas preciosidades sempre relacionadas ao tema sexo (quero ver se agora o número de leitores deste blog não aumenta).
A primeira "notícia" que me chamou a atenção foi um grupo de discussão que trazia como pauta o depoimento real exibido por uma novela de uma senhora de 60 e poucos anos que ouviu uma música do Roberto Carlos e pasmém, gozou! Ela falou que esta foi a primeira vez que tinha sentido esta sensação e que agora se virava sozinha, não precisava mais de homem para a sua satisfação orgasmática. Dizem que um pretendente planeja dar a ela uma caixa com todos os CDS gravados pelo Rei. Haja fôlego! Sexo é bom até para vender discos.
Com isto fiquei pensando nas músicas que podem embalar os encontros ardentes de diversos amantes. O "côncavo e o convexo", a música que marcou a narrativa da senhora citada já está muito manjada. Quem sabe sabe a do Guilherme Aantes que diz que "dentro da gente tem um fogo ardente e nada vai apagar". Deve ser uma fogueira, pois fogo, fogo mesmo, destes do dia-a-dia a gente consegue apagar.
Visitei outra página na internet e a chamada com letras garrafais dizia: "Você tem sexo com qualidade? Faça o teste já!". Imagunei logo um monte de bobagens, mas o tal teste era só a confirmação de que todos nós temos que ter a mesma normatização de condutas em relação a todas as coisa, inclusive à vida sexual. Quantas pessoas devem estar fazendo o tal teste agora e se sentindo as "experts" no assunto ou chorando pelos cantos por não ter boa qualidade neste quesito. Ainda bem que o teste é teórico, dá pra mentir muito e se sentir muito bem no final.
Mais uma página da web visitada e no meio de guerrras, morte do Raul Cortez, sanguessugas e venda da Varig, além do caso da garota que matou os pais, alguém divulgou que a filha da Gretchen (piripiri,piripiri, piripiri) pode ser bissexual e que em breve ela (a filha) falará sobre o assunto. Nem vou comentar. Naõ sei porque ela vai falar sobre o assunto.
Para encerrar este texto picante (he he he), li que o Brasil parou para ver a Ana Paula Arósio fazendo um streap tease na novela das oito (a mesma que veiculou o depoimento da senhora de 60 anos) antes da lua- de- mel da personagem encenada por ela. Imagino que nesta hora crianças foram expulsas da sala e a libido de milhões de pessoas subiu neste momento pois segundo o tal site, houve um pico de audiência na novela nesta hora. O autor da novela falou que a cena não mostrou nada, que o ambiente era escuro e não era possível ver tudo. Quem quer saber disto? Escurinho, um casal, a gostosona da novela presente. Sexo já! A imaginação fala mais do que muita visão.
Termino com uma frase que vi em frente a um motel: "Rapidinha, R$ 5,00". Até hoje fico a pensar o que é esta tal "rapidinha" na qual o aviso se refer. Demoro até a entender as coisas. (he he he).
(alerto aos fiéis leitores que os sites visitados foram todos de notícias e formadores de opiniões. Agora vou visitar os sites hots para buscar mais insipiração. Tchau, tá tocando uma música do Roberto aqui perto)
Para os amantes do sexo, do amor, da música, das novelas, de qualquer coisa.
Iria escrever no texto de hoje algumas particularidades aqui do bairro em que moro, mas resolvi ver algumas notícias na internet, ler alguns textos e acessar a minha caixa de e-mail que só tem spam. Percebi então que só há duas pautas em andamento na semana web: o julgamento da jovem alemã e seus dois comparsas e uma série de debates sobre aquilo que move a humanidade desde que Adão era Adão e Eva era Eva: o sexo.
O próprio Adão não se contentou em comer só a maça. (he, he , he. Desculpem mas tem horas que a minha inspiração não dá sinais de vida).
Pois bem, no meu tour cibernético encontrei algumas preciosidades sempre relacionadas ao tema sexo (quero ver se agora o número de leitores deste blog não aumenta).
A primeira "notícia" que me chamou a atenção foi um grupo de discussão que trazia como pauta o depoimento real exibido por uma novela de uma senhora de 60 e poucos anos que ouviu uma música do Roberto Carlos e pasmém, gozou! Ela falou que esta foi a primeira vez que tinha sentido esta sensação e que agora se virava sozinha, não precisava mais de homem para a sua satisfação orgasmática. Dizem que um pretendente planeja dar a ela uma caixa com todos os CDS gravados pelo Rei. Haja fôlego! Sexo é bom até para vender discos.
Com isto fiquei pensando nas músicas que podem embalar os encontros ardentes de diversos amantes. O "côncavo e o convexo", a música que marcou a narrativa da senhora citada já está muito manjada. Quem sabe sabe a do Guilherme Aantes que diz que "dentro da gente tem um fogo ardente e nada vai apagar". Deve ser uma fogueira, pois fogo, fogo mesmo, destes do dia-a-dia a gente consegue apagar.
Visitei outra página na internet e a chamada com letras garrafais dizia: "Você tem sexo com qualidade? Faça o teste já!". Imagunei logo um monte de bobagens, mas o tal teste era só a confirmação de que todos nós temos que ter a mesma normatização de condutas em relação a todas as coisa, inclusive à vida sexual. Quantas pessoas devem estar fazendo o tal teste agora e se sentindo as "experts" no assunto ou chorando pelos cantos por não ter boa qualidade neste quesito. Ainda bem que o teste é teórico, dá pra mentir muito e se sentir muito bem no final.
Mais uma página da web visitada e no meio de guerrras, morte do Raul Cortez, sanguessugas e venda da Varig, além do caso da garota que matou os pais, alguém divulgou que a filha da Gretchen (piripiri,piripiri, piripiri) pode ser bissexual e que em breve ela (a filha) falará sobre o assunto. Nem vou comentar. Naõ sei porque ela vai falar sobre o assunto.
Para encerrar este texto picante (he he he), li que o Brasil parou para ver a Ana Paula Arósio fazendo um streap tease na novela das oito (a mesma que veiculou o depoimento da senhora de 60 anos) antes da lua- de- mel da personagem encenada por ela. Imagino que nesta hora crianças foram expulsas da sala e a libido de milhões de pessoas subiu neste momento pois segundo o tal site, houve um pico de audiência na novela nesta hora. O autor da novela falou que a cena não mostrou nada, que o ambiente era escuro e não era possível ver tudo. Quem quer saber disto? Escurinho, um casal, a gostosona da novela presente. Sexo já! A imaginação fala mais do que muita visão.
Termino com uma frase que vi em frente a um motel: "Rapidinha, R$ 5,00". Até hoje fico a pensar o que é esta tal "rapidinha" na qual o aviso se refer. Demoro até a entender as coisas. (he he he).
(alerto aos fiéis leitores que os sites visitados foram todos de notícias e formadores de opiniões. Agora vou visitar os sites hots para buscar mais insipiração. Tchau, tá tocando uma música do Roberto aqui perto)
Para os amantes do sexo, do amor, da música, das novelas, de qualquer coisa.
Saturday, July 15, 2006
Canudos
São Paulo vive "Guerra de Canudos", diz o governador daquele estado, Cláudio Lembo. Esta é mais uma manchete estapada nos jornais deste final de semana.
A declaração serve, no mínimo, para que algumas pessoas se perguntem o que foi a tal "Guerra de Canudos". Ponto positivo para a frase descabida do governante. Em alguns meios de comunicação já saíram encartes tecendo algumas informações sobre o movimento político/religioso liderado por Antonio Conselheiro no Séc XIX e que teve como desfecho milhares de mortes. Sonharam e morreram. Hoje não há tempo para o sonho.
O governador de São Paulo poderia cercar-se de conselheiros mais eficientes e ao invés de "soltar o verbo" com espressões rasas como estas, discutir com mais propriedade os movimentos sociais ou messianicos ocorridos no Brasil. Um pouco de leitura o ajudaria a ir além das bobagens verbais cometidas por ele e possibilitaria ampliar o conhecimento sobre o história brasileira.
Para Marluce. Historiadora que sumiu, desapareceu da minha vida sem deixar pistas. Estou esperando a sua volta.
A declaração serve, no mínimo, para que algumas pessoas se perguntem o que foi a tal "Guerra de Canudos". Ponto positivo para a frase descabida do governante. Em alguns meios de comunicação já saíram encartes tecendo algumas informações sobre o movimento político/religioso liderado por Antonio Conselheiro no Séc XIX e que teve como desfecho milhares de mortes. Sonharam e morreram. Hoje não há tempo para o sonho.
O governador de São Paulo poderia cercar-se de conselheiros mais eficientes e ao invés de "soltar o verbo" com espressões rasas como estas, discutir com mais propriedade os movimentos sociais ou messianicos ocorridos no Brasil. Um pouco de leitura o ajudaria a ir além das bobagens verbais cometidas por ele e possibilitaria ampliar o conhecimento sobre o história brasileira.
Para Marluce. Historiadora que sumiu, desapareceu da minha vida sem deixar pistas. Estou esperando a sua volta.
Afastamento
Diversos jornais divulgaram a mesma manchete estes dias: Cirurgia afasta Ronaldo (o fenômeno???) dos campos (de futebol???) por 30 dias.
Interpretação da notícia para quem gosta de futebol: Ronaldo ficará afastado dos campos de futebol por mais 30 dias. Há algum tempo ele está afastado e não se sabe quando retornará a ter interesse pelo assunto. Não há comerciais previstos para serem gravados nos próximos meses. Para ocupar o tempo livre fará uma cirurgia no joelho.
Fui!
Para William, que é doido por futebol.
Interpretação da notícia para quem gosta de futebol: Ronaldo ficará afastado dos campos de futebol por mais 30 dias. Há algum tempo ele está afastado e não se sabe quando retornará a ter interesse pelo assunto. Não há comerciais previstos para serem gravados nos próximos meses. Para ocupar o tempo livre fará uma cirurgia no joelho.
Fui!
Para William, que é doido por futebol.
Thursday, July 13, 2006
"A arte de viver segundo"...
Consultório médico. Tarde de inverno em Belo Horizonte. Vários pacientes esperando o profissional de saúde que insiste em chegar atrasado mesmo que todos os funcionários da clinica e diversos pacientes saibam que a demora no atendimento é apenas parte de uma cultura do demerecimento do outro.
O turno da tarde é para os que possuem convênios médicos. O turno da manhã é para os que pagam a consulta à vista, "cash". Neste caso o médico se transforma, fica pontual como a rainha Elizabeth. Quer ver a cor do dinheiro ou do cheque imediatamente. Não é disto que quero falar agora, mas o cenário que deu início a esta crônica é um consultório médico.
Não sei porque consultórios médicos e salões de beleza disponibilizam tantas revistas banais e antigas para os seus clientes. talvez para refrescar a nossa memória (é uma possibilidade). Dia destes folheei rapidamente uma delas que falava do caso PC Farias. Estávamos no desgoverno Collor. Me senti mais velho do que imaginava. Participei do "fora Collor" e agora estou sem ânimo para o "fora Lula".
Pois bem, em uma destas revistas disponibilizada para que a nossa paciência não chegue ao limite enquanto aguardamos o médico, havia a chamada de capa com os dizeres: "A arte de viver segundo Dalai Lama". Disfarcei e li muito timidamente a tal reportagem que não apresentava nada de novo, apenas fórmulas fechadas de conselhos como "aproveitar mais a natureza", "buscar a felicidade diariamente", "viver a vida em plenitude" etc, etc, etc. Prefiro "a arte de viver segundo as pessoas comuns". Vidas que me encantam pela simplicidade, confusão, erros e acertos. Vidas cercadas de artes s sem caminhos definidos.
Assim, a arte de viver segundo Francival, amigo que se existir outras vidas quero estar próximo a ele cada vez mais em cada reencarnação, é dedicar-se integralmente aos diálogos semanais entre ele e as pessoas que ligam buscando ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). Não há nada (eu disse, nada) que afaste o Francival do seu compromisso com o outro. Deixa a festa mais badalada ou o show predileto para se deslocar da vida social e esperar pelos atendimentos telefônicos carregados de tristeza e sofrimento Será que ele leu os conselhos do líder espiritual do Dalai Lama para tomar tal atitude? Duvido.
A arte de viver segundo Samarone, irmão, amigo, poeta e escritor estaria pautada nos seguintes pontos: ler, ler, ler. Escrever, escrever, escrever. Ouvir boa música e conversar com os amigos. Acho que Samarone tem mais amigos do que o Dalai e parece que é feliz com isto.
Dona Ermira, a mãe generosa, aponta uma das suas dicas de bem viver (que agora aparece como "arte" nos meios de comunicação), mostrando que a ida semanal a uma igreja situada na beira-mar em Fortaleza vale mais do que mil retiros espirituais. Ela confessa que a audição do barulho das ondas faz um bem danado. A missa talvez fique em segundo plano, mas o mar, este faz um bem danado. O mar às vezes nos faz esquecer da lama.
Se o mar espanta todos os males, o bar fortalece a alma, a interação entre as pessoas e promove ações coletivas como a preparação da festa de aniversário de algum membro da comunidade ou a possível visita a um amigo doente depois da bebedeira. Arley, Rodrigo, Antonio José, Neto, Patrícia, Eurídes e Madson enveredam pela fórmula de que nos bares da vida a relação humana se transforma e possibilidades são apontadas. Até agora não vi nenhuma receita como esta divulgada pelos guias espirituais de plantão (acho que nehum deles bebe). A arte de viver parace não ter receita pronta para estas pessoas que tem no bar a boa referência. Nem o teor alcóolico tem fórmula definida. Alguns deles se embriagam com duas cervejas em uma semana (nenhum deles toma duas cervejas apenas) e em outra estão lúcidos, formais, sérios após a ingestão de umas vinte cervejas. Cervejada é que nem paz interior: uns dias mais, outros, menos.
A tentação de discorrer sobre a arte de viver na percepção de diversos colegas e amigos está me tomando. Acho que vou escrever a parte II. Termino com uma frase do próprio Dalai Lama que está estampada na velha revista: "a felicidade e a paz interior dependem do calor do coração". Alguém entendeu?
Para Tonho e Arley que a esta hora devem estar com os corações cheios de calor alcóolico.
Consultório médico. Tarde de inverno em Belo Horizonte. Vários pacientes esperando o profissional de saúde que insiste em chegar atrasado mesmo que todos os funcionários da clinica e diversos pacientes saibam que a demora no atendimento é apenas parte de uma cultura do demerecimento do outro.
O turno da tarde é para os que possuem convênios médicos. O turno da manhã é para os que pagam a consulta à vista, "cash". Neste caso o médico se transforma, fica pontual como a rainha Elizabeth. Quer ver a cor do dinheiro ou do cheque imediatamente. Não é disto que quero falar agora, mas o cenário que deu início a esta crônica é um consultório médico.
Não sei porque consultórios médicos e salões de beleza disponibilizam tantas revistas banais e antigas para os seus clientes. talvez para refrescar a nossa memória (é uma possibilidade). Dia destes folheei rapidamente uma delas que falava do caso PC Farias. Estávamos no desgoverno Collor. Me senti mais velho do que imaginava. Participei do "fora Collor" e agora estou sem ânimo para o "fora Lula".
Pois bem, em uma destas revistas disponibilizada para que a nossa paciência não chegue ao limite enquanto aguardamos o médico, havia a chamada de capa com os dizeres: "A arte de viver segundo Dalai Lama". Disfarcei e li muito timidamente a tal reportagem que não apresentava nada de novo, apenas fórmulas fechadas de conselhos como "aproveitar mais a natureza", "buscar a felicidade diariamente", "viver a vida em plenitude" etc, etc, etc. Prefiro "a arte de viver segundo as pessoas comuns". Vidas que me encantam pela simplicidade, confusão, erros e acertos. Vidas cercadas de artes s sem caminhos definidos.
Assim, a arte de viver segundo Francival, amigo que se existir outras vidas quero estar próximo a ele cada vez mais em cada reencarnação, é dedicar-se integralmente aos diálogos semanais entre ele e as pessoas que ligam buscando ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). Não há nada (eu disse, nada) que afaste o Francival do seu compromisso com o outro. Deixa a festa mais badalada ou o show predileto para se deslocar da vida social e esperar pelos atendimentos telefônicos carregados de tristeza e sofrimento Será que ele leu os conselhos do líder espiritual do Dalai Lama para tomar tal atitude? Duvido.
A arte de viver segundo Samarone, irmão, amigo, poeta e escritor estaria pautada nos seguintes pontos: ler, ler, ler. Escrever, escrever, escrever. Ouvir boa música e conversar com os amigos. Acho que Samarone tem mais amigos do que o Dalai e parece que é feliz com isto.
Dona Ermira, a mãe generosa, aponta uma das suas dicas de bem viver (que agora aparece como "arte" nos meios de comunicação), mostrando que a ida semanal a uma igreja situada na beira-mar em Fortaleza vale mais do que mil retiros espirituais. Ela confessa que a audição do barulho das ondas faz um bem danado. A missa talvez fique em segundo plano, mas o mar, este faz um bem danado. O mar às vezes nos faz esquecer da lama.
Se o mar espanta todos os males, o bar fortalece a alma, a interação entre as pessoas e promove ações coletivas como a preparação da festa de aniversário de algum membro da comunidade ou a possível visita a um amigo doente depois da bebedeira. Arley, Rodrigo, Antonio José, Neto, Patrícia, Eurídes e Madson enveredam pela fórmula de que nos bares da vida a relação humana se transforma e possibilidades são apontadas. Até agora não vi nenhuma receita como esta divulgada pelos guias espirituais de plantão (acho que nehum deles bebe). A arte de viver parace não ter receita pronta para estas pessoas que tem no bar a boa referência. Nem o teor alcóolico tem fórmula definida. Alguns deles se embriagam com duas cervejas em uma semana (nenhum deles toma duas cervejas apenas) e em outra estão lúcidos, formais, sérios após a ingestão de umas vinte cervejas. Cervejada é que nem paz interior: uns dias mais, outros, menos.
A tentação de discorrer sobre a arte de viver na percepção de diversos colegas e amigos está me tomando. Acho que vou escrever a parte II. Termino com uma frase do próprio Dalai Lama que está estampada na velha revista: "a felicidade e a paz interior dependem do calor do coração". Alguém entendeu?
Para Tonho e Arley que a esta hora devem estar com os corações cheios de calor alcóolico.
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