Eu adoro aeroportos.
Também adoro estações rodoviárias (por mais estigmatizadas que sejam) e ferroviárias (por mais decadentes, no Brasil).
Quando eu era pequeno, e viajar de avião era uma coisa muito distante da minha realidade, a estação rodoviária representava a ligação com o mundo conhecido. Significava a porta de entrada para mundos distantes. Quando fui crescendo, comecei a me sentir fascinado por todos aqueles destinos luminosos expostos. Os mapas com toda a rede de determinada companhia de ônibus. Ver listados nomes tão distantes de Belo Horizonte como Ji-Paraná, Belém, Sinop, Mossoró, Juazeiro do Norte, Assunção. Aliás, a coisa que eu mais gosto é, na rodoviária, ir passando por todas as listas de destinos. Ver todos aqueles nomes de cidades e imaginar que dali se vai pra todos os lugares.
E, quando em outra cidade, ver as listas de destinos para outros lugares, então insuspeitados.
Aí mais tarde descobri os aeroportos. Quando eu era pequeno, morava perto do aeroporto da Pampulha. Andava de bicicleta na praça Bagatelle e às vezes brincávamos no saguão do aeroporto. Mas aquele lugar pra mim não tinha muito significado, e nós costumávamos ficar no terraço vendo os aviões pousarem e decolarem. E nos anos 80, meu pai nos levou a Confins para ver o grande aeroporto recém-inaugurado, e me lembro que foi um passeio incrível.
Mas, mais tarde, comecei também a ficar fascinado pelos grandes painéis de chegadas e partidas. Principalmente quando descobri os aeroportos verdadeiramente internacionais. E então, as listas de cidades de todo o mundo me hipnotizam. O mundo parece menor, quando se sabe que dali se vai para qualquer ponto do planeta.
Espaço para escritos sobre as coisas miúdas do cotidiano. Aqui, ali, acolá temos surpresas na vivência diária e na observação do outro.
Friday, April 13, 2007
Aeroportos - crônica do Thiago Machado
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